Quais são os principais fatores que fortalecem uma parceria com arquitetos e designers?

Conversamos com o time da Gabster, um arquiteto e uma designer de interiores para trazer dicas para a sua marcenaria!

Por Redação | 6 de novembro de 2020 às 12:28

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O caminho mais curto para fechar bons negócios é investir em relações ganha-ganha, em que a mentalidade seja dividir lucros para evitar a divisão de prejuízos. A visão prática de um marceneiro, que sabe todas as técnicas para alcançar um resultado no mundo real, faz toda a diferença para um arquiteto. A perspectiva inovadora de um arquiteto, com uma estética que segue o padrão do mercado, muda completamente o resultado final do projeto de um marceneiro. As visões dos marceneiros e dos arquitetos não são opostas, elas se complementam. Tudo funciona quando ambos, o marceneiro e o arquiteto – ou designer de interiores–, olham para um mesmo problema e dialogam para resolvê-lo da melhor maneira. Agir assim é aproveitar as soluções que cada ponto de vista proporciona para trabalhar junto por mais e melhores vendas.

Enfim, para exemplificar essa mentalidade, conversamos com dois trabalhadores da indústria da criatividade que são especialistas em alcançar o máximo de seu potencial em parceria com marceneiros. Chamamos Roberta Ferreira, designer de interiores, e Israel Otaño Castillo, arquiteto e designer de interiores, para compartilhar suas experiências profissionais. Enfim, eles contaram como trabalham, que relações estabelecem com marceneiros, quais são seus padrões de exigência, como constroem ambientes personalizados dos sonhos para seus clientes e muito mais!

O que é preciso?

Antes de mais nada, para trabalhar com o escritório de arquitetura e design de interiores de Otaño, o parceiro de negócios precisa entender do produto e saber ler. Parece simples, não? Acontece que o arquiteto trabalha com até 30 tópicos diferentes de detalhamento para entregar ambientes personalizados dos sonhos. Sistema de aspiração e sistema de ar condicionado fazem tudo que um ambiente novo precisa, menos o cálculo estrutural. Para trabalhar com ele, o prestador de serviços precisa seguir à risca as instruções do projeto e manter uma estrutura de processos para não deixar nada passar.

Porém sabe qual é o maior desafio aqui? Independentemente do tamanho de sua marcenaria, você deve manter uma organização de excelência. Se você sumisse hoje do mundo, outros funcionários de sua companhia poderiam seguir de onde você parou, baseados no legado que você está deixando? Registre preços, vendas, processos, fluxos, estruturas, instruções. É assim que uma empresa se torna escalonável, ou seja, adquire potencial de crescimento mantendo seus padrões e exigências de qualidade.

Pontos essenciais

Organização e checagem das instruções são pontos que a designer Roberta Ferreira também levantou como essenciais. Hoje, ela trabalha com 3 marcenarias fixas para satisfazer todas as solicitações de seus clientes. “Eu quero pedir um banheiro completo, com espelho e tudo mais. Dependendo de onde eu vá pedir, preciso pedir o móvel para um, espelho para outro, vidro e acessório para outro. Às vezes, eu tenho que ir a quatro lugares diferentes até fechar. Dependendo da marcenaria, eu consigo tudo ali”, relata a designer, que sente falta de empresas mais completas para atender às demandas do mercado.

Vale ressaltar que existem muitas marcenarias especializadas em nichos de produtos, além de marcenarias menores que não têm pessoal ou equipamentos para responder a tantas solicitações diferentes, e isso é natural, elas também terão um papel fundamental nesse contexto. Na hora de a designer pesar os prós e contras, os atributos que não podem faltar em uma marcenaria parceira é a flexibilidade. “Na obra, sempre digo: tudo tem solução, tudo dá pra fazer!”, conta. “O cliente tem que ficar feliz.” Uma marcenaria flexível com pessoas educadas, bem-humoradas, que entendam que, em última instância, resolver os problemas dos clientes é seu maior objetivo, conseguirá fazer as conexões ideais para adquirir sucesso no mercado. Esse comportamento pode mudar completamente a visão do cliente sobre o seu atendimento, como ressalta Roberta: “Isso é algo que valida muito meu trabalho, eu não deixo NINGUÉM desassistido.”

Palavra-chave

Em suma, flexibilidade é a palavra-chave para as empresas que não estão só sobrevivendo, mas lucrando em meio à pandemia. Otaño esteve na vanguarda dos escritórios de arquitetura virtuais no Brasil, de modo que não foi surpreendido quando a quarentena e a crise bateram na sua porta em 2020. “Não tive que aprender na pandemia!”, enfatizou, relatando sua experiência com um escritório de arquitetura virtual. “Eu não faço o comum, nunca fui pelo comum! Vou pelo mais trabalhoso.

Todavia, para acompanhar o ritmo de inovação e adaptação do mercado, não há outra saída: trabalhe com os grandes players do mercado. Esteja pronto para montar parcerias com escritórios consolidados de arquitetura e design de interiores, pois apenas elevando o nível de exigência de seus próprios projetos você conseguirá atingir o nível de precificação que é cobrado na elite do mercado da construção, reforma e decoração. “Você está preparado? Não? Então porque, em vez de abrir um novo negócio, você não se afilia a empresas consolidadas primeiro?”, questiona o arquiteto. “O sucesso vem através do preparo.” Plante conhecimento e organização, plante excelência e produtividade.

Novas tecnologias

Além disso, Otaño, como é de se imaginar, é um grande entusiasta das novas tecnologias. Seu escritório é virtual e projeta ambientes personalizados completos, com 30 parceiros para atender todas as necessidades possíveis e centralizar todos os procedimentos. O arquiteto, que também trabalha com realidade virtual, mas reconhece as limitações que a tecnologia tem hoje, avisa: “A parametrização é o futuro!”. Para realizar esse papel de ponto-núcleo para tantas áreas distintas, conectando do marceneiro ao instalador de sistema de ventilação, o arquiteto conta com a Plataforma Gabster. “Se você não tem a Gabster, não tem nada!”, relata entusiasmado. E explica: o software permite aumentar a produtividade de todos os seus processos por meio da parametrização. Ele se conecta ao marceneiro por meio do SketchUp usando a Plataforma Gabster, que permite o uso de uma linguagem em comum, evitando falhas na comunicação e cria uma cadeia de produção mais assertiva.

Além disso, Roberta destaca outra característica de empresas que têm a ousadia de se projetar para o futuro: trabalhar com “pacotes” de móveis para ambientes personalizados. Infelizmente, isso ainda é pouco comum. As marcenarias não pensam em oferecer um pacote, um mix de produtos completo, pois preocupam-se muito e exclusivamente com o volume de vendas. Assim, acabam não aproveitando o valor agregado que poderiam inserir fazendo uma venda focada na qualidade. Na visão da designer, as marcenarias deveriam investir seus esforços em projetar tudo relacionado a um mesmo ambiente. Por ordem de prioridade, Roberta acredita que há mais necessidade por banheiros planejados, depois cozinhas, salas e quartos. O fato é que, quando você vende um ambiente renderizado, o cliente acaba pedindo quase tudo que está naquele espaço. É uma estratégia de vendas mais inteligente e que fará toda a diferença para a marcenaria que conseguir aplicá-la.

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Diferenciais

Enfim, falando em diferenciais, a designer comentou o fato de a educação ser algo que deve atravessar o trabalho da marcenaria como um todo: do operador de máquinas ao montador, mas, principalmente, na ponta que conversa com o cliente. Então, uma ótima ideia para marcenarias que pensam grande é montar uma “Cartilha de Boas Práticas de Instalação”, explicando como se portar na casa do cliente, o que não pode faltar na hora de fazer a instalação na casa dele e conteúdos afins. “Pode parecer uma coisa boba, mas o marceneiro não percebe como é algo necessário”, alerta.

Além disso, a designer de interiores lembra uma série de casos em que montadores que estavam trabalhando com ela agiram de maneira inadequada: atiraram sua bolsa de ferramentas no chão do cliente, correndo o perigo de riscar o piso; não levaram os equipamentos próprios para a montagem, pedindo os equipamentos pessoais do cliente; chegaram sem as vassouras, escadas ou aspiradores necessários para limpar o ambiente após a instalação; ou usaram a camiseta da marcenaria errada durante uma instalação de móveis. Uma boa maneira de medir isso pode ser a aplicação de um formulário com o cliente ao final de um serviço. Afinal, esse retorno pode dar informações importantes sobre o comportamento de seus montadores para analisar o que está bom e o que deve melhorar.

Em resumo, o caminho para o sucesso pode ser menos nebuloso se você trabalhar em conjunto com profissionais de outras áreas, sejam arquitetos ou designers. Dialogue, aprenda, cresça. Enfim, desafie seus padrões de qualidade para se adequarem a níveis de exigência maiores. Por fim, invista no pensamento ganha-ganha, pois fortalecer uma parceria entre marceneiros, arquitetos e designers de interiores é uma solução para produtividade, lucro e excelência.